O Ministério da Defesa irá apresentar hoje (9) o adiado relatório sobre o resultado da fiscalização das urnas eletrônicas feito pelas Forças Armadas na eleição. O documento não apontará a ocorrência de fraudes, mas se manterá em cima do muro ao dizer que há espaço para "aperfeiçoamento" do sistema. Ministros do STF que acompanharam a divulgação do relatório — adiada a pedido do presidente Jair Bolsonaro e tornada obrigatória agora pelo ministro Alexandre de Moraes— temem que o presidente use a ambiguidade do texto para "se colocar no jogo outra vez"
Ontem, o ministro Gilmar Mendes telefonou para o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, demonstrando preocupação pelo fato de o cacique ter dito em entrevista que esperaria o relatório da Defesa para reconhecer a vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pela Presidência. Em resposta, Gilmar ouviu de Valdemar que ele só fez a afirmação por estar, naquele momento, pressionado pela presença de 40 deputados bolsonaristas na plateia — incluindo Bia Kicis, uma das apoiadoras do presidente que vem disseminando mensagens de WhatsApp com suspeitas sobre a lisura da eleição. Gilmar cobrou de Valdemar uma declaração que deixasse claro o respeito do cacique ao resultado das eleições.
Jair Bolsonaro não tem aparecido em público nem feito lives desde que foi derrotado por Lula. Está recluso no Palácio da Alvorada, com suspeita de erisipela. Segundo colaboradores, já no final da campanha ele passou a reclamar de dores nas pernas durante as viagens de avião. O presidente apresenta feridas nas duas pernas e está sendo tratado com antibióticos pelo menos desde quarta-feira passada. A visitantes, já disse que sua doença é de "fundo emocional".
(Uol)
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