A nove meses do primeiro turno das eleições de 2022, a rejeição do presidente Jair Bolsonaro (PL) chega a 60%. O número é da mais recente pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta-feira. No levantamento anterior, realizado em setembro, o índice já indicava um cenário negativo para o chefe do Executivo: ele apresentava 59% de rejeição, o que aponta, agora, uma oscilação de um ponto percentual dentro da margem de erro, que é de dois pontos. Líder na pesquisa de intenção de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrou queda de quatro pontos entre os que o rejeitam.
A rejeição do petista, em setembro, era de 38%. Agora, caiu para 34%, número que identifica aqueles que disseram que não votariam em Lula de jeito nenhum. O mesmo aconteceu com dois candidatos da chamada “terceira via”: João Doria (PSDB), que viu sua rejeição cair de 37% para 34%, e Ciro Gomes (PDT), que também registrou queda de quatro pontos: de 30%, há três meses, para 26% no atual levantamento.
Citado na primeira vez na pesquisa, o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) enfrenta 30% de rejeição no eleitorado. Filiado ao Podemos em novembro, o ex-ministro de Bolsonaro não estava oficialmente na disputa à Presidência na data do último levantamento.
Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD) registrou uma rejeição de 17%, seguido por Aldo Rebelo (sem partido), com 16%; e Alessandro Vieira (Cidadania), Simone Tebet (MDB) e Felipe D’Avila (Novo), com 15% cada. Dentre aqueles que não votariam em nenhuma das opções, o índice foi de 3%, enquanto 1% não souberam responder e 1% votaria em qualquer um dos pré-candidatos.
O Datafolha ouviu 3.666 eleitores em 191 cidades, entre os dias 13 e 16 de dezembro.
Desafio de Bolsonaro é reverter rejeição
Em meio a um cenário econômico de inflação alta e alta taxa de desemprego, com piora nos indicadores, o presidente da República crê no pagamento de um Auxílio Brasil turbinado, de no mínimo R$ 400, como a esperança de reverter sua rejeição. O programa é o substituto do Bolsa Família. Para destinar recursos ao programa, o governo apresentou ao Congresso a chamada PEC dos Precatórios, a proposta de emenda à Constituição que muda o pagamento de despesas federais decorrentes de sentenças judiciais e altera o cálculo do teto de gastos. O texto foi completamente aprovado pelos parlamentares.
Ainda assim, no entanto, a pesquisa realizada pelo Datafolha reforçou o tamanho do desafio de Bolsonaro para conquistar votos entre os eleitores com menor renda, de até dois salários mínimos — grupo que equivale a 51% da amostra do instituto. Segundo o levantamento, a diferença entre Bolsonaro e o ex-presidente Lula nesse segmento soma hoje 40 pontos percentuais. O petista tem 56% das intenções de voto, contra 16% do atual presidente. Em setembro, quando foi divulgada a pesquisa anterior, essa distância era menor, de 34 pontos.
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