A transformação ainda é lenta, mas o gigante antes adormecido começa a se modernizar em termos de gestão financeira e marketing. Falamos do futebol brasileiro, pentacampeão mundial e famoso por tantos craques ao longo de sua história, mas por décadas assolado pela incompetência, casos de corrupção e apego a práticas já ultrapassadas em praças como a Europa e os Estados Unidos.
Clubes como o popular Flamengo no Rio de Janeiro ou o gigante Palmeiras em São Paulo, entre outros, têm avançado na profissionalização administrativa e colhido bons resultados. A mudança, porém, já chegou também em agremiações esportivas de fora do eixo Rio-São Paulo.
Entre os bons exemplos da Região Sul está o Clube Athletico Paranaense, que se reorganizou ao ponto de mudar seu escudo e uniforme e criou uma marca mais forte no mercado. Em menos de uma década o Furacão, como é chamado por sua torcida, já conquistou uma Copa do Brasil e uma Copa Sul-Americana, entrando de vez no rol dos grandes do País.
Também no Nordeste temos clubes que mudaram bastante a sua gestão, têm administrado melhor e brilhado intensamente. O Ceará, de Fortaleza, tem avançado no plano nacional não apenas com títulos, mas por meio de uma gestão equilibrada e ousada de seus dirigentes. Seu arquirrival Fortaleza não fica atrás.
Voltando ao caso do Flamengo — mais popular clube do País — a agremiação chegou a figurar na lista dos maiores devedores do Brasil. Depois do início da gestão de Bandeira de Mello como presidente, porém, saneou suas finanças nos últimos anos, tornou-se uma potência na América do Sul e já há quem o aponte como um clube “europeu” em nosso País.
Um dos segredos com certeza está também em parcerias inteligentes e lucrativas, o que o Flamengo e outros tem sabido fazer. O Palmeiras está muito ligado ao forte Grupo Crefisa e mesmo o antes mediano Bragantino, do interior paulista, fechou um acordo muito vantajoso com o poderoso Grupo Red Bull, também mudou seu uniforme e escudo e tem crescido consistentemente. Lembrando que a Red Bull está envolvida também de maneira decisiva na Fórmula 1 e tem parcerias com outros clubes, como o também emergente Leipzig, da Alemanha.
Outro exemplo de que as coisas mudaram são as crescentes parcerias que clubes brasileiros têm firmado com casas de apostas nacionais e estrangeiras. As casas de apostas esportivas foram legalizadas no Brasil em dezembro de 2018 e no ano seguinte, por exemplo, nada menos que 14 dos 20 clubes da Série A e muitos outros das séries B e C estamparam as marcas dos bookmakers em seus materiais esportivos. Cálculos mais aproximados revelam que as apostas esportivas em nosso País movimentaram mais de R$ 4 bilhões em 2019.
Entre as mais de 200 empresas de apostas que já estão presentes no Brasil e se associando com os clubes de futebol — sempre considerado uma mina de ouro pelo segmento — está a gigante Bet365, a maior do mundo em termos de casas de apostas. Este bookmaker internacional atua em todos os continentes e tem mais cerca de 20 milhões de clientes no planeta.
O Campeonato Brasileiro de 2021 com certeza entre os favoritos estarão mais uma vez Flamengo e Palmeiras. Athletico (PR) e RB Bragantino podem não estar tão contados para o título, mas certamente farão bonito no torneio. Afinal, quem investe e administra bem sempre colhe bons resultados. Um ótimo lembrete para as agremiações que ainda não entraram na modernidade e correm risco inclusive de fecharem suas portas.
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