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sexta-feira, 9 de novembro de 2018

PF prende Joesley Batista e vice-governador de Minas Gerais

Batizada de Capitu, ação investiga suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT)

A Polícia Federal (PF) prendeu nesta sexta-feira (9) os executivos Joesley Batista, Demilton Castro e Ricardo Saud, do Grupo J&F — controlador, entre outras empresas, da JBS —, e o vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade (MDB), na Operação Capitu, um desdobramento da Lava-Jato. A ação mira em um suposto esquema que atuava na Câmara dos Deputados e no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A operação tem o apoio da Receita Federal. Foram cumpridos 63 mandados judiciais de busca e apreensão e 19 de prisão temporária. Todos foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Participaram da operação 310 agentes de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Paraíba e Distrito Federal.
O inquérito foi instaurado em maio deste ano com base na delação premiada do corretor Lúcio Bolonha Funaro sobre supostos pagamentos de propina a servidores públicos e agentes políticos que atuavam direta ou indiretamente no Mapa em 2014 e 2015. A PF apurou a atuação de um esquema na Câmara dos Deputados e no Mapa integrado por empresários.
Segundo o delator, a JBS teria repassado R$ 7 milhões para o grupo político do MDB da Câmara. Desse valor, Andrade, então ministro da Agricultura, teria recebido R$ 3 milhões da propina paga pela empresa de Josley e R$ 1,5 milhão teriam sido enviados ao ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ).
O grupo dependia de normatizações e licenciamentos do Mapa e teria passado a pagar propina a funcionários do alto escalão do ministério em troca de atos de ofício que levariam à eliminação de concorrência e entraves à atividade econômica, possibilitando um monopólio de mercado. Geralmente, as propinas eram negociadas com um deputado federal e entregues aos políticos e servidores do Mapa por Funaro.
Entre os atos de ofício praticados pelos servidores do Mapa, destacam-se a expedição de atos normativos, determinando a regulamentação da exportação de despojos, a proibição do uso da ivermectina (droga contra parasitas) de longa duração e a federalização das inspeções de frigoríficos. O grupo empresarial teria pago R$ 2 milhões pela regulamentação da exportação de despojos e R$ 5 milhões pela proibição do uso da ivermectina de longa duração.

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