O empresário Joesley Batista, um dos donos do frigorífico JBS, disse em
seu acordo de delação premiada firmado com a Procuradoria-Geral da República
(PGR) que teria repassado R$30 milhões em propina para o governador mineiro
Fernando Pimentel (PT). A transação teria ocorrido em outubro de 2014 e
envolveria o estádio Mineirão. Na época, Pimentel era candidato ao governo de
Minas Gerais e venceu a eleição.
Segundo Joesley, o pedido do montante foi feito por intermédio de Edinho
Silva (PT), que na ocasião era o tesoureiro da campanha de reeleição de Dilma
Rousseff à presidência da República. O empresário disse que também tratou do
assunto com Dilma, que teria confirmado a necessidade do repasse e recomendado
que Pimentel fosse procurado.
Joesley e o atual governador mineiro teriam se encontrado no Aeroporto
da Pampulha, em Belo Horizonte. O dono da JBS disse em depoimento ter recebido
a orientação de fazer o pagamento dos R$30 milhões por meio da compra de
participação de 3% na empresa que detém a concessão do Mineirão. Ele teria sido
apresentado ainda no aeroporto ao dono de uma construtora. “Nos contratos,
agora nós somos donos de 3% do estádio. E eu acho que esse rapaz de alguma
forma passou o dinheiro para o Pimentel”, disse o empresário em seu depoimento
à PGR.
Segundo documentos entregues por Joesley à PGR, a construtora mencionada
é a HAP Engenharia. Ela é acionista da Minas Arena, concessionária responsável
pela reforma do Mineirão para a Copa do Mundo de 2014 e atual administradora do
estádio.
A assessoria de Fernando Pimentel divulgou nota em que afirma ser
possível perceber que as afirmações de Joesley Batista em relação ao governador
não têm nenhum suporte em provas ou evidências materiais. “Novamente, acusações
levianas vêm a público sem que a versão do acusador apresente comprovações que
sustentem sua versão”, acrescenta o texto.
Também em nota, A HAP Engenharia informou que é sócia minoritária e
proprietária de 16% da concessão do Mineirão. A empresa confirmou que vendeu
parte de suas ações, mas afirmou que os recursos recebidos foram totalmente
destinados à operação da construtora, não tendo havido repasse de qualquer
montante a nenhum político ou partido.
“Após vários meses de negociações entre representantes das partes
envolvidas, a empresa vendeu 3% das ações, conforme aprovação por unanimidade
registrada em Ata da Assembleia Geral Extraordinária da Minas Arena”, registra
o texto. A HAP Engenharia disse ainda que está à disposição da Justiça para
prestar todos os esclarecimentos que se fizerem necessários.
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