População está preocupada diante da violência e ameaças de ataques a escolas

 

Fatos ocorridos em escolas e ameaças divulgadas em várias regiões impõem clima de terror na comunidade escolar

A ocorrência de fatos violentos e divulgação massiva de ameaças em escolas em várias regiões do país, culminando com a apreensão de armas brancas e coquetéis molotov utilizados em atentados, está contribuindo para a geração de um clima de insegurança na comunidade escolar.

O pânico foi estabelecido entre pais de alunos que ainda não veem medidas definitivas das forças de segurança capazes de tranquilizá-los. O clima de terror é potencializado com a disseminação de fake news em redes sociais, com supostas ameaças em todas as regiões do país.

O medo aumenta quando o noticiário policial divulga apreensões de alunos e suspeitos nas imediações de escolas, portando armas escondidas e com as quais poderiam perpetrar um novo massacre, caso se propusessem a isso.

Esta semana os veículos de imprensa noticiaram a apreensão de alunos e facas e canivetes em escolas de Poços de Caldas, no Sul de Minas. Ainda em Poços de Caldas, alunos atemorizados levaram facas para aulas na Escola Municipal Wilson Hedy Molinari, segundo eles para se defenderem de um presumível ataque.

Nesta terça-feira (11), também em Poços de Caldas, um aluno de 10 anos da escola Pedro Afonso Junqueira foi flagrado com um punhal na mochila. Ele relatou à PM que era para se defender caso a escola fosse atacada.

Ainda sobre violência no ambiente escolar, em Caxambu, também no Sul de Minas, um aluno de 17 anos agrediu o outro de 14 com um golpe de tesoura na cabeça. O motivo foi que esse teria falado mal dele para um colega.

Na manhã desta terça-feira (11) aconteceu mais um ataque em uma escola, desta vez em Goiás. Um adolescente de 13 anos esfaqueou duas estudantes na Escola Estadual Doutor Marco Aurélio, em Santa Tereza de Goiás, no norte do estado. Elas foram medicadas e já receberam alta. Segundo a direção da unidade o aluno não tem antecedentes de violência no ambiente escolar.

Na segunda-feira (10) a PM apreendeu um aluno de 17 anos que gravou um vídeo com ameaças de ataque a uma escola no município de Mateus Leme, na região Central de Minas. Ele teve ajuda de dois primos maiores, um está preso e o outro foragido.

Um conteúdo divulgado no aplicativo TikTok lista uma série de escolas e cidades que seriam alvo de massacres. A publicação foi removida, mas o Ministério Público de Minas Gerais divulgou nesta segunda-feira (10) que “por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate a Crimes Cibernéticos (Gaeciber), instaurou nesta segunda-feira 10, procedimento para averiguar a autoria e veracidade de postagens na aplicação TikTok intitulada Lista do Massacre”.

Por outro lado, a Polícia Militar lançou nesta segunda-feira (10) a Operação de Proteção Escolar. A nova ação, de natureza preventiva, antecipa a articulação entre polícia e comunidade, e tem intenção de ampliar e fortalecer a rede de proteção às unidades de ensino públicas e privadas nos 853 municípios mineiros.

Também o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), em parceria com organização não-governamental SaferNet Brasil, disponibilizou um canal virtual na internet para receber denúncias de ataques contra escolas. O site está disponível (Canal de Denúncias — Ministério da Justiça e Segurança Pública (www.gov.br) e as informações enviadas serão analisadas pela equipe do Ciberlab da Secretaria Nacional de Segurança Pública.