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quarta-feira, 30 de novembro de 2022

O Supremo Tribunal insta Bolsonaro e os seus seguidores a deixarem de desafiar as eleições e de incentivar os protestos


O Supremo Tribunal do Brasil tem insistido nas últimas semanas que o presidente em exercício, Jair Bolsonaro, e os seus parceiros políticos deixem de difundir dúvidas sobre o bom funcionamento das últimas eleições e deixem de alimentar os protestos que têm vindo a ocupar as entradas das estradas e quartéis desde a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, apelando à intervenção militar.

Um dos maiores receios dentro do Supremo Tribunal e na equipa de Lula que está a gerir a transição é que se as manifestações antidemocráticas persistirem, mesmo com maior beligerância após a tomada de posse, o novo governo terá de desmobilizar os protestos, com tudo o que isso implicaria.

O principal portador destes avisos é geralmente o juiz Gilmar Mendes, reitor do Supremo Tribunal, que se reuniu com Bolsonaro durante a semana passada, bem como com alguns dos seus associados políticos, de acordo com o jornal 'O Globo'.

Esta reunião teve lugar na véspera da publicação da controversa auditoria com a qual o Partido Liberal (PL) tentou questionar a justeza da vitória de Lula. Mendes pediu a Bolsonaro para exercer a sua responsabilidade constitucional e passar os seus últimos dias no cargo a trabalhar para facilitar a nova transferência de poder em vez de continuar com as suas teorias de fraude eleitoral.

Mendes disse aos outros juízes que Bolsonaro não tinha intenção nem de debater a auditoria do seu partido nem de encorajar os seus apoiantes a saírem das ruas. Duas condições que lhe foram exigidas a fim de ter a boa vontade do Supremo Tribunal agora que enfrenta vários processos judiciais.

O medo de Bolsonaro e dos seus filhos de serem presos uma vez terminado o seu mandato devido aos casos que abriu no Supremo Tribunal na macro-operação sobre notícias falsas e as chamadas milícias digitais é bem conhecido, e é por isso que os seus aliados disseram ao tribunal que se sentem perseguidos.

Por agora, o sector da PL que encorajou Bolsonaro a dedicar os seus últimos dias no Palácio do Planalto à promoção dos seus feitos políticos e à consolidação da sua imagem como líder da oposição assegurou que tentará mediar para que ele abandone esta atitude agressiva passiva que o tem feito recuar desde que foi derrotado.

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