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quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Professores de Varginha denunciam assédio eleitoral em colégio


Colégio Adventista do Sul de Minas impõe camisas amarelas a seus funcionários e alunos com o número 22 nas costas

O Colégio Adventista de Varginha, no Sul de Minas, está obrigando seus professores, demais funcionários e alunos a usar uma camisa amarela com o número 22 nas costas, provocando constrangimento e revolta nos profissionais do estabelecimento diante do evidente assédio eleitoral. Como se sabe, a cor amarela vem sendo usada pelo candidato à reeleição Jair Bolsonaro à Presidência da República, e o 22 é o seu número a ser digitado na urna eletrônica. Diante disso, a presidenta do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro Minas), Valéria Morato, denunciou hoje o caso ao Ministério do Trabalho e Previdência.

E hoje mesmo, a Superintendência Regional do Trabalho em Minas Gerais, por meio da gerente Regional do Trabalho em Varginha, Túlio Borges Duarte, marcou para as 10 horas desta sexta-feira, 21, uma reunião de mediação para que o conflito seja resolvido.

“Precisamos que todos vocês instalem o App Pardal Eleitoral no celular e façam uma denúncia de que o Colégio Adventista de Varginha comprou camisetas do Brasil para os alunos e funcionários e, sem consulta prévia, colocou o número 22 nas costas de todas as camisetas” denunciou anonimamente uma pessoa do quadro de funcionários do colégio. “Isso gerou uma insatisfação entre pais, alunos, professores e configura assédio eleitoral. Alguns pais se recusaram a retirar a camiseta mas os funcionários foram coagidos, inclusive já usaram no domingo, 16, que foi letivo. Favor anexar as fotos”, completou a pessoa que tornou o caso público.
Coação eleitoral
Este é mais um caso de coação eleitoral entre dezenas de outras denúncias registradas em Minas. Entre o dia 23 de setembro até a última segunda-feira, 17, o Ministério Público do Trabalho em Minas Gerais (MPT-MG) abriu 58 procedimentos administrativos para investigar denúncias de coação eleitoral em Belo Horizonte e em cidades do interior. A prática do assédio eleitoral é caracterizada a partir de “uma conduta abusiva que atenta contra a dignidade do trabalhador, submetendo-o a constrangimentos e humilhações, com a finalidade de obter o engajamento subjetivo da vítima em relação a determinadas práticas ou comportamentos de natureza política durante o pleito eleitoral”, diz Nota Técnica do setor.

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