O mundo está sendo atingido pelo tsunami da ômicron. Cientistas, políticos e, na verdade, todos nós estamos lutando para descobrir o que isso significa para nossas vidas.
As restrições estão aumentando em vários países para lidar com a nova variante do novo coronavírus.
Há um fluxo constante de novas informações - algumas preocupantes, outras positivas. Então, em que pé estamos?
Não voltamos ao passado
É fácil esquecer, mas estamos em uma situação muito melhor do que nesta época do ano passado, quando muitos de nós não pudemos encontrar a família no Natal.
A disseminação da variante alfa no final de 2020 levou a novas medidas de isolamento, e a vacinação estava apenas começando ao redor do mundo.
A ômicron é menos perigosa
Se você pegar a ômicron, é menos provável que adoeça gravemente do que com as variantes anteriores.
Estudos em todo o mundo estão pintando um quadro consistente de que a ômicron é menos agressiva do que a variante delta, com uma chance até 70% menor de pessoas infectadas acabarem no hospital.
A ômicron pode causar sintomas de resfriado, como dor de garganta, coriza e dor de cabeça, mas isso não significa que causará uma covid leve em todos - alguns ainda ficarão gravemente doentes.
As alterações no vírus parecem tê-lo tornado menos perigoso, mas a maior parte da gravidade reduzida se deve à imunidade como resultado da vacinação e episódios anteriores de covid.
Mas a ômicron está se espalhando muito rápido
A menor gravidade da nova variante é apenas metade da equação, porque mesmo que as chances de alguém ir parar no hospital seja menor, se muitas pessoas se infectarem, os dois efeitos se cancelam, e voltamos à estaca zero.
E o verdadeiro talento da ômicron é infectar pessoas. Ela se espalha mais rápido do que outras variantes e pode contornar parte da proteção imunológica de vacinas e infecções anteriores.
Não temos certeza do que acontecerá quando a ômicron atingir os idosos
A idade avançada sempre foi o maior fator de risco para adoecer gravemente de covid.
No Reino Unido, a maioria dos casos de ômicron são de pessoas com menos de 40 anos de idade, então não sabemos ao certo o que acontecerá quando ela atingir populações idosas e vulneráveis.
A capacidade da ômicron de burlar parcialmente a imunidade significa que há potencial para que mais pessoas idosas sejam infectadas do que durante a onda da variante delta.
Muita gente recebeu doses de reforço, mas a proteção cai com o tempo
A proteção gerada por duas doses de vacina parece ser insuficiente contra a ômicron, o que levou a uma expansão massiva da campanha de doses de reforço em vários países.
No entanto, a proteção contra a ômicron parece cair após cerca de dez semanas. A proteção após manifestações mais graves da doença tende a durar muito mais tempo.
Mas agora temos medicamentos antivirais
Novos medicamentos devem manter ainda mais pacientes fora do hospital.
Eles estão sendo dados a pessoas com alto risco de morte devido à covid, incluindo pacientes com câncer e pessoas que fizeram algum transplante de órgão.
O molnupiravir é um medicamento antiviral que interrompe a capacidade de replicação da ômicron dentro de nossos corpos e reduz em 30% as internações hospitalares.
O sotrovimab é uma terapia com anticorpos que adere ao vírus e reduz as internações em 79%.
Ambos suprimem o vírus, o que dá tempo para o sistema imunológico reagir.
Os hospitais estão sentindo a pressão
O grande número de pessoas pegando a ômicron já está sendo sentido por médicos, enfermeiras e o resto da força de trabalho dos hospitais.
Na Inglaterra, esse já é considerado o período de Natal mais movimentado de todos os tempos.
No geral, 94,5% dos leitos de adultos estão ocupados em comparação com 89% no ano passado.
As próximas semanas são fundamentais
A questão é: mesmo se tudo correr a nosso favor - vírus mais brandos, antivirais, doses de reforço -, será suficiente para lidar com uma variante que se espalha mais rápido do que qualquer coisa que vimos antes? Ou serão necessárias mais restrições?
A velocidade com que tudo isso está acontecendo significa que saberemos muito em breve essas respostas.
(James Gallagher BBC News)
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