Blog do Noblat
Oposição ao governo lambe os beiços de satisfação com a história do ministro da Economia que tem conta em paraíso fiscal
Embora seja bom de bico e conte com a simpatia de grande parte da mídia, o ministro Paulo Guedes, da Economia, resiste às pressões do presidente Jair Bolsonaro para convocar uma entrevista coletiva e dizer que está tudo ok com sua conta bancária recém-descoberta no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas.
Entenda-se: não está tudo ok somente porque ali ele paga impostos baixos sobre um naco da fortuna que acumulou durante anos como economistas, ou não paga impostos. Nem porque com o dólar em alta no Brasil, ele só faz ganhar mais, e mais. Está ok, segundo Guedes, porque ele não escondeu isso da Receita Federal.
Na prática, Guedes manda na Receita porque ela é um dos órgãos do seu ministério. Entre a data em que abriu a conta e a data em que informou a Receita a respeito, se passaram cinco anos. Ao longo desse tempo, sua mulher e uma filha entraram como sócias na conta. Guedes prefere explicar-se à Justiça. É mais seguro.
Entrevista coletiva é sempre um risco. Vai que de repente um jornalista faz uma pergunta que o surpreenda. Ou que, encantado com a própria voz, ele derrapa em alguma resposta. Guedes é dado a derrapar, e depois argumenta que suas palavras foram tiradas de contexto, ou que não foi bem aquilo que quis dizer.
Acontece que seu desgaste está causando estragos também na imagem do governo. Uma fatia da mídia, inicialmente, ignorou o assunto. Mas, como ele não morrerá tão cedo, está sendo obrigada a noticiá-lo a contragosto. Comissões técnicas da Câmara dos Deputados e do Senado já convocaram Guedes para depor.
O melhor é que ele faça o que o Bolsonaro manda. O presidente gosta muito de Guedes, mas gosta mais dele mesmo. Quantos ministros não descobriram isso tarde demais…
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