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segunda-feira, 24 de maio de 2021

Exército decide abrir apuração disciplinar contra Pazuello após ato no Rio

 


Ex-ministro da Saúde e general da ativa participou de manifestação ao lado de Bolsonaro

O Exército vai abrir apuração preliminar contra o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde. O ato vai averiguar se o general violou o Estatuto Militar e o Código de Disciplina do Exército ao participar de uma manifestação a favor do presidente Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro, no domingo (23/5).

Ele deixou de usar máscara durante a visita ao evento, mesmo diante da pandemia. De acordo com as regras que regem o serviço, os integrantes das Forças Armadas não podem participar de movimentos políticos. Pazuello compareceu ao ato, subiu em um trio elétrico e discursou ao lado do presidente da República.

O evento não era oficial, mas uma manifestação em prol de Bolsonaro, que contou inclusive com pedidos antidemocráticos, como o fechamento do Supremo. Por ser general da ativa, ele precisa cumprir o Código Disciplinar do Exército. A ida do ex-ministro até o evento gera mal estar entre as Forças Armadas e o governo.

Generais chegaram a pedir prisão

Generais quatro estrelas chegaram a pedir a prisão do militar, em reunião do Alto Comando realizada em Brasília. No entanto, o comandante da caserna, general Paulo Sérgio, decidiu antes conversar com o ministro da Defesa, Braga Netto, para tratar do assunto.


De acordo com fontes ouvidas pelo Correio, Pazuello terá um prazo inicial para apresentar defesa, que será de 10 dias, após isso, Paulo Sérgio toma a decisão sobre o tipo de punição, que pode ser de advertência ou prisão. 

O tempo para que o investigado apresente defesa é também uma maneira de reduzir a crise gerada e a pressão ao Exército para que aplique punição, a fim de afastar a ideia de que os integrantes da instituição estão alinhados e subservientes ao Executivo.

A participação de generais em atos políticos é rara, mas sempre vistas com preocupação pela sociedade civil e dentro das Forças Armadas. A última vez que algo do tipo ocorreu foi quando o atual vice-presidente, Hamilton Mourão, chamou a força para um "levantar patriótico". Ele era responsável pelo Comando Militar do Sul, e foi transferido para a Secretaria de Finanças, onde não tinha mais uma tropa para gerir.

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