O ex-marqueteiro do PT João Santana afirmou nesta 2ª feira (26.out.2020), em entrevista ao programa Roda Viva, que, “ao contrário do que se diz hoje, é muito mais provável que Bolsonaro perca as eleições [do ano de 2022] do que ganhe”.
“Bolsonaro é 1 fenômeno eleitoral, sim, mas ele não contrariou todas as lógicas de campanha. A campanha de 2018 é que contrariou todas as lógicas da história política eleitoral brasileira”, disse.
Segundo Santana, na próxima campanha, Lula é “o vice ideal” de Ciro Gomes (PDT), candidato derrotado em 2018. Ele comparou a ideia da atual vice-presidente da Argentina Cristina Kirchner de se candidatar ao lado de Alberto Fernández, mas com ele na cabeça de chapa.
“Impossível ser isso [vice de Ciro], mas essa chapa seria imbatível. É imitar a solução genial eleitoral, que a Cristina fez na Argentina”.
Foi a 1ª entrevista que Santana concedeu desde que foi preso pela Lava Jato, em fevereiro de 2016. No ano seguinte, foi solto depois de pagar fiança. Ele e sua mulher, Mônica Moura, foram condenados a 7 anos e 6 meses de prisão por lavagem de dinheiro.
No começo da entrevista, Santana declarou que a prática de caixa 2 no sistema político era algo comum, e que “sempre foi a alma do sistema eleitoral brasileiro”.
Entre os jornalistas presentes na bancada do programa nesta 2ª (26.out), estava o diretor de Redação do Poder360, Fernando Rodrigues.
Santana foi questionado sobre sua situação na Justiça atualmente. Disse que estava com tornozeleira eletrônica e que continua proibido de sair de casa aos fins de semana. O equipamento foi registrado na perna esquerda do entrevista pelas câmeras da TV Cultura.
O VÍDEO DA MENTIRA
Em maio de 2015, Santana gravou 1 vídeo em tom indignado dizendo ter recebido US$ 20 milhões por uma campanha eleitoral na qual havia trabalhado em Angola, negando irregularidades. Depois, preso, confessou que o valor faturado na África havia sido de US$ 50 milhões. Ontem, no Roda Viva, de maneira confusa, disse que não havia mentido. Mas mentiu.
Passados 9 meses do vídeo em tom indignado, a memória de João Santana se alterou na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba. Eis o que ele declarou em seu depoimento no dia 25 de fevereiro de 2016: “…QUE se recorda que a campanha de Angola teve um custo de US$ 50 milhões (…) QUE indagado em relação ao alto custo da campanha de Angola, esclarece que Angola tem um custo extremamente alto o que gera um spread em razão de problemas de infraestrutura, do risco pessoa, financeiro, conflitos étnicos etc., bem como por ser considerada uma black list no mercado internacional”.
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