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sexta-feira, 10 de maio de 2019

'Lutei por isso', diz pai que esperou 22 anos por prisão de médica que mandou assassinar o marido

O médico Antônio Carlos Pereira esperou pela prisão da mandante da morte do filho em Porto Ferreira — Foto: Reprodução/EPTV
'Lutei por isso', diz pai que esperou 22 anos por prisão de médica que mandou assassinar o marido

Crime ocorreu em emboscada de suposto amante da mulher em 1996, em Porto Ferreira (SP). Maria de Lourdes Peloso foi presa em seu consultório na quarta, em Boa Esperança (MG).

O pai do médico assassinado há 22 anos, em Porto Ferreira (SP), acredita que a justiça foi feita após a prisão da médica Maria de Lourdes Peloso Pereira, condenada por ser a mandante do crime. “Eu lutei por isso desde o 1º julgamento”, disse o médico Antônio Carlos Pereira à EPTV, afiliada da TV Globo, nesta quinta-feira (9).
Maria de Lourdes foi presa na quarta-feira (8) dentro de seu consultório em Boa Esperança, no Sul de Minas Gerais. Ela pegou 16 anos e 4 meses de prisão em regime fechado e deve ser transferida para um presídio da região de São Carlos.
E-mail para promotor
Um e-mail de Pereira para o promotor de justiça Gustavo Luís de Oliveira Zampronho ajudou na prisão da mulher que mandou matar seu filho Marcelo Suet.
“Sem sombra de dúvida foi o recurso que finalmente depois de quase 23 anos finalmente funcionou. A maioria das provas em Porto Ferreira foram conseguidas por mim e entregues à polícia, acompanhei o endereço dela, onde ela trabalhava”, disse o médico Antônio Carlos Pereira.
“Era o filho que eu mais tinha contato, um cara super bacana. O destino dele era esse”, disse o pai.
Prisão após segunda instância
A história chamou a atenção do promotor e, em três dias, ele conseguiu o mandado de prisão.
“Agora com aquele entendimento do STF de que é possível o início do cumprimento da pena depois da confirmação da condenação em 2ª instância, me permitiu fazer o pedido para que ela iniciasse o cumprimento da pena, que foi acatado pelo juiz, expedindo o mandato de prisão em regime fechado”,
O crime
Marcelo Suet foi assassinado a tiros em 1996, em Porto Ferreira. A Polícia Civil afirma que ele foi vítima de uma emboscada e a esposa dele, também médica, foi a mandante.
“Ela aparentemente tinha um caso com outro médico e visando recursos de um seguro eles combinaram de dar fim à vida do marido dela. Ele foi abordado pelo suposto amante da médica. Ele estava com o veículo quebrado, o médico parou para auxiliar foi quando ele começou a efetuar os disparos de arma de fogo. Ele não morreu no momento e conseguiu escrever com sangue o nome do autor dos tiros”, afirmou o delegado seccional de Boa Esperança, Alexandre Boaventura Diniz, na quarta-feira (8).
Defesa recorreu mais de 10 vezes
A médica foi condenada em segunda instância, em 2014. A prisão dela só não tinha acontecido ainda porque a defesa recorreu mais de 10 vezes. O primeiro a ser preso e condenado foi o autor do crime, Celso Luiz Ramos Sampaio, nove anos depois do assassinato. Ele ficou na cadeia por cerca de 2 anos.
Agora, o avô espera poder reencontrá-la a neta, que na época tinha 3 anos e não teve mais contato com a família do pai.
“[Queria] limpar o nome do meu filho perante a minha neta. Se fosse possível [uma aproximação com ela] seria excelente”, disse.

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